sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ronaldo e Roberto Carlos desfalcam Corinthians em clássico

Principal alvo dos protestos dos torcedores corintianos após a precoce eliminação da equipe na Copa Libertadores da América, o atacante Ronaldo desfalcará o clube no clássico deste domingo contra o Palmeiras, em duelo válido pela sétima rodada do Campeonato Paulista. O jogador sentiu uma lesão muscular e não irá para o duelo.

"Ronaldo está com problema no adutor. Terminou o jogo contra o Tolima desta forma", anunciou o treinador, logo no início da entrevista coletiva desta sexta-feira no CT Joaquim Grava.

Somado a Ronaldo, o lateral esquerdo Roberto Carlos, que já desfalcara o Corinthians diante dos colombianos, também não estará à disposição de Tite para o duelo contra o arquirrival, que lidera o Campeonato Paulista com 16 pontos somados, após seis jogos.

Outro problema para Tite será o atacante Dentinho. Segundo o treinador, o jovem atacante e o experiente lateral esquerdo passarão por um trabalho de "recondicionamento físico", antes de retornar ao time principal do Corinthians no Estadual.

Novo grupo "oferece" champagne e pede saída de Ronaldo


Cerca de 35 torcedores, que estavam reunidos nas proximidades da entrada do Centro de Treinamento Joaquim Grava, perceberam que Ronaldo tentava deixar o local e pediram a saída do atacante do clube. O craque não participou do treinamento da tarde desta sexta-feira e, orientado pela segurança corintiana, permaneceu no CT.
Vigiados por policiais militares, o grupo, em sua maioria membros da principal torcida organizada corintiana, gritou: "Timão é tradição, não precisa de c...", os torcedores cobraram atitude e ofenderam os jogadores, sobretudo o atacante Ronaldo.
Na sequência, os corintianos soltaram rojões e estouraram champagnes, "oferecendo" para o atacante, que não estava perto. "É disso que você gosta, seu safado!", gritou um deles. Durante a manifestação, os gritos era pelo fim da trajetória do craque no Corinthians, com o coro "Ronaldo c..., fora do Timão".
Diante da situação, o chefe da segurança do clube, identificado pela assessoria de imprensa como Dutra, conversou com o grupo, a fim de tentar controlar a manifestação. Ronaldo, por sua vez, teve de desistir da ideia de deixar o CT e se recolheu para o interior do local.
Roberto Carlos se explica e acalma torcedores:
Pouco antes da manifestação na entrada do CT Joaquim Grava, outro grupo de corintianos, em menor número, cobrou uma posição de Roberto Carlos, durante uma atividade com bola no gramado. Logo após o treino, o lateral conversou, se explicou e, aparentemente, acalmou os torcedores.
Após ouvirem os primeiros protestos da torcida, logo na chegada ao CT Joaquim Grava, no início da tarde, alguns dos jogadores que não foram titulares diante do Tolima (COL), acompanhados de membros da comissão técnica, deixaram a academia e foram para o campo de treinamento. O goleiro Julio Cesar puxou a fila, e foi seguido por Fabio Santos, Morais, Edno, Bruno Cesar e Roberto Carlos.
Dentro do gramado, o grupo, com a chegada de outros jogadores, foi dividido em dois: Edno, Danilo, Bruno Cesar, Diego Sacoman, Ramirez e Marcelo Oliveira vestiram colete, enquanto Roberto Carlos, Morais, Willian, Moradei, Everton Ribeiro e Wallace estiveram sem.
Gritando "Tolima!, Tolima!, Tolima!", os manifestantes acompanharam a atividade e, quando Roberto Carlos se aproximou da lateral do campo, xingaram e cobraram uma conversa com o jogador.
Logo após os trabalhos, o lateral deu atenção para o grupo e, em três ou quatro minutos, acalmou os ânimos e ouviu "você é o cara", de um dos torcedores.
Depois da conversa, os titulares da partida contra o Tolima foram para o gramado, sem a presença de Ronaldo.

Liédson: "correr por Ronaldo não será problema"

O atacante brasileiro naturalizado português Liédson, de saída do Sporting para retornar ao Corinthians, considera "uma motivação extra" poder jogar ao lado de Ronaldo e Roberto Carlos.

Em entrevista divulgada nesta sexta-feira pelo jornal português Record, o ainda jogador do Sporting - em princípio joga a última partida pela equipe hoje - reconheceu que a presença de jogadores de alto nível foi uma das coisas que pesaram na decisão de ir para o Corinthians.

"Correr por Ronaldo não será problema, nem por ele, nem por nenhum outro. Eu quero é jogar e ajudar o clube onde estou a alcançar os objetivos", explicou.

Liédson, 33 anos, deixou claro que nem sequer pensava na possibilidade de pendurar as chuteiras no Brasil antes da chegada da proposta do Corinthians. "Eu não forcei nada. Houve uma proposta, que era boa para mim e para o Sporting. Achei melhor sair, porque, aos 33 anos, não são todos os dias que a gente recebe uma oferta assim", afirmou.

O atacante, que atuou pela seleção portuguesa em 14 jogos, ressaltou que lutará "até a última gota" pelo Corinthians nesta nova etapa, e lamentou a surpreendente eliminação da equipe na Copa Libertadores da América.

"Faz parte do futebol. No futuro teremos que lutar por outros objetivos, apesar de que atualmente estou concentrado no Sporting, pois quero ajudar o clube no duelo contra o Naval e sair com uma vitória", disse.

Com a eliminação da Libertadores, os dirigentes poderiam negociar com o Corinthians que o jogador permanecesse em Portugal até o dia 25 de fevereiro, como pediu o técnico Paulo Sérgio, na quinta-feira.

Sporting diz que ida de Liedson ao Corinthians pode ser adiada

O técnico do Sporting, Paulo Sérgio, afirmou nesta quinta-feira que a tão esperada despedida de Liedson, contra o Naval, na sexta, pode demorar um pouco mais para ocorrer. O motivo é a eliminação do Corinthians na Copa Libertadores na noite de quarta-feira, diante do Tolima. O treinador se esquivou, mas deixou no ar a possibilidade de o atleta, que tem tudo acertado com o clube paulista, ficar no time português por mais algum tempo. "É um assunto que deixo para depois. Ele jogará amanhã e, quiçá, poderá jogar ainda mais algum jogo", afirmou o treinador, que segue lamentando a saída de seu centroavante.

"A partir do dia em que eu não tiver Liedson, o meu caminho é só um: dar confiança aos jogadores que tenho e contar com eles para resolver os nossos problemas. Agora, não deixa de ser óbvio que nenhum treinador quer perder um jogador como o Liedson. Qualquer um diria a mesma coisa", completou.