Timão

Conheça a história do maior time brasileiro

Em 1 de setembro de 1910, um grupo de cinco operários de uma companhia ferroviária do bairro paulistano do Bom Retiro decidiu criar um time de futebol. Eram os pintores de parede Joaquim Ambrósio e Antonio Pereira; o sapateiro Rafael Perrone; o cocheiro Anselmo Correa e o trabalhador braçal Carlos Silva, além de mais oito pessoas que contribuíram com 20 mil réis e também foram consideradas sócias-fundadoras. A ideia surgiu depois de assistirem à atuação do Corinthian, time inglês que excursionava pelo Brasil à convite da equipe carioca Fluminense.
O Corinthian Football Club foi fundado em 1882, cujo nome foi dado em homenagem à cidade grega de Corinto).
Aqui, os ingleses foram chamados pela imprensa de "Corinthian's Team". Mas o time brasileiro só seria batizado "Sport Club Corinthians Paulista" depois de muita discussão e algumas reuniões na casa de outro integrante do grupo de amigos, o alfaiate Miguel Bataglia, que acabaria se tornando o primeiro presidente da agremiação - embora ele tenha ficado apenas duas semanas no cargo.
Mais do que um dos grandes clubes ingleses do início do século, o Corinthian foi um dos maiores responsáveis pela difusão do futebol na América Latina. O belíssimo futebol apresentado nos amistosos em que disputou, impressionou inclusive aqueles cinco rapazes do Bom Retiro, que mais tarde fundariam o Corinthians Paulista. Em sua estreia nos campos de futebol, o Corinthians perdeu para o União da Lapa, por 1 a 0. Porém, no segundo jogo oficial, em 14 de setembro de 1910, vieram o primeiro gol (marcado pelo italiano Luigi Salvatore Fabbi) e a primeira vitória (sobre o Estrela Polar, por 2 a 0). O Corinthians atuou no futebol de várzea paulista até 1912. Como os campeonatos oficiais de futebol eram praticados exclusivamente por equipes aristocráticas, como o Paulistano, o Germânia e o São Paulo Athletic Club, o Corinthians humildemente atuava no futebol de várzea paulistano.
Em 1913, uma dissidência entre os clubes que disputavam o Campeonato Paulista abriu a oportunidade para clubes de origem popular (varzeanos) disputassem a competição organizada pela LPF. Após vencer o Minas Gerais (do bairro do Brás), e o FC São Paulo (bairro do Bixiga), o Corinthians ganhou o direito de disputar pela primeira vez o campeonato da LPF. No ano seguinte, o clube sagraria-se pela primeira vez campeão do torneio, feito que se repetiria em 1916.


Camisa

O preto e o branco, que hoje simbolizam o Corinthians e identificam a paixão do torcedor, só foram adotados como cores oficiais do uniforme algum tempo depois da fundação. No início, o time de futebol usava camisas de cor creme, com frisos pretos nos punhos e golas. Após seguidas lavagens, o creme foi desbotando e a diretoria da época, sem dinheiro para a compra de um novo jogo de camisas, decidiu adotar o branco como a nova cor oficial do uniforme, ao lado dos calções pretos.
A partir daí, o Corinthians deu vida e pulsação à mais neutra combinação possível de cores. De lá para cá, o clube só abandonou o preto e o branco uma vez, jogando com camisas grenás (contra a Portuguesa), em homenagem aos jogadores do Torino, da Itália, mortos no desastre aéreo de Superga em 4 de maio de 1949. Em 11 de fevereiro de 1960, o Corinthians venceu o Universitário do Peru por 5 a 2, no Estádio Nacional de Lima, usando uma camisa idêntica à do Peñarol, do Uruguai, com listas pretas e amarelas.


Brasões

O atual brasão do Corinthians não se parece em nada com o distintivo original, criado às pressas, em 1913, quando a equipe conquistou uma vaga na Liga Paulista de Futebol: um "C" e um "P" maiúsculos, de Corinthians Paulista. Foi influenciado diretamente pelo símbolo do Corinthian inglês.
A primeira variação aconteceu em 1916, após a conquista do Campeonato Paulista. Três letras no escudo, em um fundo redondo embutido num contorno mais complicado, continuavam dando pouca leitura. Talvez por isso sua vida tenha sido tão curta. Pouco mais de um ano depois, nova mudança. O formato redondo, assumido naquele ano, nunca mais foi abandonado.
Em 1920, ficou definido que a bandeira do Estado de São Paulo, o nome do clube por inteiro e a data de fundação, em círculo negro com fundo branco, passariam a fazer parte do distintivo corintiano.
A âncora, os remos e a bóia estilizada surgiram apenas em 1926, com a marcha do clube para a região leste da cidade de São Paulo e a compra do enorme terreno em que foi erguido o Parque São Jorge. O distintivo do Sport Club Corinthians Paulista passou a ter leitura e significado, mas apenas integrou as camisas do clube em 1937.
Na última mudança, a bandeira paulista ondula, transmitindo a idéia de dinamismo e ação, ao contrário da que permaneceu durante anos na camisa do time, que era estática e não respeitava o rigor das treze listras.
Em 1990, o emblema recebeu a primeira estrela de Campeão Brasileiro. Em 1998 e 1999, mais duas estrelas foram incorporadas devido às conquistas de mais dois campeonatos nacionais. A quarta estrela, acima das anteriores, refere-se ao título do Mundial de Clubes da Fifa.